Até os 5, quase seis anos de idade, eu morava num lugar chamado Vila Liane. Em frente à nossa casa, que era de madeira, tinha um campinho onde empinávamos pipa; os quintais tinham árvores frutíferas, a rua era uma ladeira que descíamos de carrinho de rolimã, e no verão era comum andarmos com os pés descalços! Ou seja, eu vivi um pouquinho nesse universo, nos anos 70, muito parecido com o bairro do limoeiro retratado desde antes daquela época e, com poucas mudanças importantes, até hoje nas revistas da turma da Mônica. Minha irmã mais velha ganhava sempre, do meu tio Ludovico, gibis novos da Mônica e do Cebolinha, e eu, que ainda não sabia ler, adivinhava as histórias (algumas minhas irmãs liam pra mim). Minha irmã guardou os gibis e fui reencontrá-los depois que já estava na escola e morava mais perto do centro; entre aquelas relíquias, estava a revista Cebolinha número 2, da ed. Abril, e mais tarde cheguei a comprar uma reedição da número 1.
As histórias daqueles primeiros gibis do Cebolinha, de que me lembro bem e que eu mais gostava, eram duas da dupla Cebolinha e Cascão: uma em que o Cebolinha tinha feito um avião de madeira (mas que se não me engano era azul?!) que de repente voava de verdade, e outra análoga, sobre um carrinho de madeira onde um ia dentro e o outro empurrava, até encontrarem uma ladeira e perderem o controle ou algo assim... Há muitos anos não temos mais esses gibis (acho que eu e meu irmão devolvemos pra dona apenas as Mônica (que ela deve ter até hoje) e, por fim, extraviamos os Cebolinha [:S].
Mas o estrago já estava feito... rs. Como todo mundo li muito gibi da Disney, mas recebi outras influências como os livrinhos que reuniam as tiras da Mafalda, do Garfield e do Angeli/Chiclete com Banana (antes da revista bimestral ser lançada). Aos 10 anos comecei a acompanhar os gibis de super-heróis da DC, depois Conan, os quadrinhos eróticos da Grafipar; aos 17 produzi meu primeiro fanzine de quadrinhos, num gênero bastante rebelde, depois escrevi e desenhei vários gêneros, inclusive super-heróis. Mas fui me encontrar realmente no mundo dos quadrinhos quando, alguns anos depois de me tornar pai e aprender mais um monte de coisas com o meu filho mais velho, voltei à infância, à inocência dos quatro, cinco anos, e finalmente, reassumida minha primeira paixão literária que eram as histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa, surgiu o Tupinanquim, inspirado em meu filho Mozart em 1994, então com 4 anos e a exemplo da história do próprio pai/criador das Mônicas filha e personagem!
Oficialmente, o Tupinanquim nasceu em 1998, quando apareceu pela primeira vez numa exposição e também num jornal impresso, já basicamente com as mesmas características que tem hoje; o traço, é claro, evoluiu um pouco de lá pra cá: sempre gostei de um estilo um pouco mais realista tanto em quadrinhos como em desenhos animados e isso se reflete na orientação do meu desenho, que nunca foi meu grande talento (sempre gostei mais de imaginar e escrever.. rs). As cores trabalhadas artisticamente, primeiro com tinta acrílica e, já nesse século, através do computador, também caracterizam as ilustrações, cartuns e HQs do Tupi, que apesar disso não teve ainda um gibi impresso colorido. Feitas essas apresentações, talvez fique mais fácil, especialmente a quem pouco conhece o Tupi, entender a ilustração que produzi para homenagear o “rei” da história em quadrinhos brasileira, onde os principais personagens de cada autor aparecem com seus estilos de desenho trocados.
Mas o importante disso tudo é lembrar que, apesar das diferenças, o conjunto da obra desenvolvida nesses 50 anos pelo genial Maurício de Sousa me inspirou e continua inspirando até hoje. Sim, tenho críticas, desde os anos 80 quando o estúdio cresceu muito e diferentes roteiristas assumiram, as coisas mudaram e, hoje, há um multiverso dentro da empresa Mauricio de Sousa Produções, com suas qualidades e defeitos em todas as suas galáxias, inclusive na badalada revista Turma da Mônica Jovem! Mas hoje é dia de comemorar, não de polemizar, e o fato do Maurício e suas idéias, equipes, produções terem chegado onde estão, tornando-se uma das grandes empresas voltadas ao entretenimento infanto-juvenil no mundo, não é de forma nenhum razão para crítica, e sim para orgulho e celebração. Afinal, se a copa do mundo é nossa (?!), a Turma da Mônica, quiçá esteja em pouco tempo pau a pau com o licenciamento dos produtos Disney mundo afora, também é nossa, paulista, brazuca e, sem trocadilhos, tupiniquim!
As histórias daqueles primeiros gibis do Cebolinha, de que me lembro bem e que eu mais gostava, eram duas da dupla Cebolinha e Cascão: uma em que o Cebolinha tinha feito um avião de madeira (mas que se não me engano era azul?!) que de repente voava de verdade, e outra análoga, sobre um carrinho de madeira onde um ia dentro e o outro empurrava, até encontrarem uma ladeira e perderem o controle ou algo assim... Há muitos anos não temos mais esses gibis (acho que eu e meu irmão devolvemos pra dona apenas as Mônica (que ela deve ter até hoje) e, por fim, extraviamos os Cebolinha [:S].
Mas o estrago já estava feito... rs. Como todo mundo li muito gibi da Disney, mas recebi outras influências como os livrinhos que reuniam as tiras da Mafalda, do Garfield e do Angeli/Chiclete com Banana (antes da revista bimestral ser lançada). Aos 10 anos comecei a acompanhar os gibis de super-heróis da DC, depois Conan, os quadrinhos eróticos da Grafipar; aos 17 produzi meu primeiro fanzine de quadrinhos, num gênero bastante rebelde, depois escrevi e desenhei vários gêneros, inclusive super-heróis. Mas fui me encontrar realmente no mundo dos quadrinhos quando, alguns anos depois de me tornar pai e aprender mais um monte de coisas com o meu filho mais velho, voltei à infância, à inocência dos quatro, cinco anos, e finalmente, reassumida minha primeira paixão literária que eram as histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa, surgiu o Tupinanquim, inspirado em meu filho Mozart em 1994, então com 4 anos e a exemplo da história do próprio pai/criador das Mônicas filha e personagem!
Oficialmente, o Tupinanquim nasceu em 1998, quando apareceu pela primeira vez numa exposição e também num jornal impresso, já basicamente com as mesmas características que tem hoje; o traço, é claro, evoluiu um pouco de lá pra cá: sempre gostei de um estilo um pouco mais realista tanto em quadrinhos como em desenhos animados e isso se reflete na orientação do meu desenho, que nunca foi meu grande talento (sempre gostei mais de imaginar e escrever.. rs). As cores trabalhadas artisticamente, primeiro com tinta acrílica e, já nesse século, através do computador, também caracterizam as ilustrações, cartuns e HQs do Tupi, que apesar disso não teve ainda um gibi impresso colorido. Feitas essas apresentações, talvez fique mais fácil, especialmente a quem pouco conhece o Tupi, entender a ilustração que produzi para homenagear o “rei” da história em quadrinhos brasileira, onde os principais personagens de cada autor aparecem com seus estilos de desenho trocados.
Mas o importante disso tudo é lembrar que, apesar das diferenças, o conjunto da obra desenvolvida nesses 50 anos pelo genial Maurício de Sousa me inspirou e continua inspirando até hoje. Sim, tenho críticas, desde os anos 80 quando o estúdio cresceu muito e diferentes roteiristas assumiram, as coisas mudaram e, hoje, há um multiverso dentro da empresa Mauricio de Sousa Produções, com suas qualidades e defeitos em todas as suas galáxias, inclusive na badalada revista Turma da Mônica Jovem! Mas hoje é dia de comemorar, não de polemizar, e o fato do Maurício e suas idéias, equipes, produções terem chegado onde estão, tornando-se uma das grandes empresas voltadas ao entretenimento infanto-juvenil no mundo, não é de forma nenhum razão para crítica, e sim para orgulho e celebração. Afinal, se a copa do mundo é nossa (?!), a Turma da Mônica, quiçá esteja em pouco tempo pau a pau com o licenciamento dos produtos Disney mundo afora, também é nossa, paulista, brazuca e, sem trocadilhos, tupiniquim!
Erickson Artmann
ps: vejam mais artes de vários autores, homenageando o Mauricio, através do blog criado com esse fim pelo quadrinhista Wesley: http://mauriciodesousa.wordpress.com/
o cebolinha ficou medonho.
ResponderExcluireh, no primeiro esboço ele tinha ficado melhor, mas aí, na arte final em outra folha não acertei bem. tinha presssa para terminar ainda ontem (17). mas se vc achou meu cebolinha medonho, veja essa arte, uma brincadeira d"O" dAn http://fotolog.terra.com.br/dan_arts:6 . hehe
ResponderExcluirnah... o teu cebolinha ficou mais medonho. Não ruim, medonho.
ResponderExcluirrsrsrs. então tá... :D
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirADOREI e Já coloquei o link no post do meu Blog ;)
Manda seu trabalho pro: http://mauriciodesousa.wordpress.com/
O post dizendo como fazer é esse aqui:
http://www.casadastiras.com/2009/07/mauricio-de-sousa.html
Eles estão colocando todas as hoemagens por lá ;)
Gostei da sua homenagem também! Adoraria ter crescido num bairro como o Limoeiro. Ultimamente minha história preferida é a do Guitar Hero e Cebolinha. É muito engraçada!
ResponderExcluirVou linkar seu blog também
Artmann, com certeza todos nós fomos infulenciado de alguma forma pelo Maurício de Souza, ficou muito boa a homenagem!
ResponderExcluirAbobai!!!