Essa é a Potiquitã, irmãzinha do Tupinanquim. Como sabem, o Tupi é um "curumim urbano", menino índio que mora na cidade e preserva a cultura de seu povo; o mesmo, é claro, acontece com a Poty, só que menina índia é cunhantã (ou 'cunhatã', porque a língua Tupi ainda não tem uma ortografia unificada, nem mesmo uma gramática única/oficial, já que são muitas sublínguas provenientes do mesmo tronco). Optei por "cunhantã" porque vem da junção de duas palavras: cunhã (mulher) e tã ou têm (pequeno, jovem), logo, o ‘ã’ anasalado escreve-se em português “an” no meio da palavra precedendo a letra ‘t’: cunhantã! Então a Poty é a cunhantã urbana e logo apresentaremos as outras características e qualidades da personagem; mas já vou adiantar duas delas: além de adorar os animais, ela ama o futebol!!!
Mas hoje, já que comecei a falar na ortografia, vou explanar mais algumas coisas acerca dos nomes que derivam das línguas tupi (nheengatu e/ou tupi-guarani): o nome Potiquitã significa “botão de flor”, registrado como potykytã pelo dicionário do Luiz Caldas Tibiriçá[1]. Em 1998 adotei o nome com a ortografia das letras então oficiais, i ao invés de y e qui ao invés de ky, porque na época y e k estavam fora do nosso alfabeto; mas também porque já tinha criado o personagem principal com o nome
No ano passado tivemos a reforma ortográfica, que readmitiu as letras K, W e Y especialmente para o uso em nomes e em termos de origem estrangeira ou indígena; logo poderíamos adotar um nome como Potykytã sem precisar utilizar o itálico e sem parecer tão estranho para um personagem brasileiro; mas de qualquer forma ficaria diferente do Tupinanquim e, como já são alguns anos de divulgação (ainda que modesta) com essa ortografia, por enquanto manteremos Potiquitã e Poty. É claro que, até o lançamento de uma revista de grande tiragem poderei reavaliar a questão, que fica aberta a opiniões!
E finalmente, vamos ao bichinho de estimação da Poty, o cachorro Pucaxé: sobre o nome, baseei-me no dicionário do Gonçalves Dias [2], que registra pucá xoer = risonho! Logo, pucá xoér > Pucaxé! E ponto final. ... Ou será que podia ser Pucaxó?!!! Rs.
E o porquê de uma menina índia ter como xerimbabo (bichinho de estimação) um cão e não um animalzinho nativo, como um jabuti, papagaio, jaguatirica ou mico como a Tainá?! Porque, como já dissemos, ela é uma cunhantã urbana, e tem acesso às mesmas coisas que todas as crianças da cidade têm. Da mesma forma, o animal de estimação do Tupinanquim é um gatinho, o Nanquim, e ambos, Pucaxé e Nanquim, terão papéis importantes nas aventuras dos nossos jovens heróis tupiniquins!
Até a próxima!
Uau!
ResponderExcluirVcs me deixaram com àgua na boca!srrsrs
Mapeamento linguístico dos dialetos indígenas foi uma sacada fantástica.
Também conhecia o cunhã.
Mas,prefiro ser Iraê :Tupi/Gosto De Mel.
Beijos!