13.10.08

Tupinanquim em Vigília pra ver o cometa





A idéia para esta animação ocorreu-me em janeiro de 2007, logo após a passagem do cometa McNaught. Nessa época desenhei as principais imagens das primeiras cenas, ou seja, o Tupi com carinha de esperança olhando para o por do sol sobre uma grande pedra de arenito e, ao fundo, a cidade de Itaquessaba. Mas então eu ainda não trabalhava com o flash, apenas com outros programas de animação mais limitados como o corel rave; e com ele os resultados que eu pretendia não estavam surtindo efeito. Os desenhos em photoshop ficaram arquivados no pc e algumas cenas animadas chegaram a ser publicadas no flog, principal instrumento de divulgação do Tupi na net, em um gigantesco formato gif, o único aceito pelo fotolog terra. Mas uns dois ou três meses depois vi o regulamento do concurso animamundi web e resolvi investir um tempo maior na produção, contando com uma força inicial do meu amigo Mameluco que me arranjou uma versão do flash MX em português. Fui aprendendo a domar o bicho papão da macromedia e consegui inscrever o desenho na última hora, embora a versão enviada contivesse uns errinhos que só percebi depois. O desenho acabou não sendo classificado para a final, mas está online e fez algum sucesso entre os internautas, especialmente entre os colegas desenhistas, círculo onde foi mais divulgado.

Hoje, além de fazer parte do meu currículo como artista e empreendedor (de coisas bem difíceis, sejamos justos: trabalhar com arte no Brasil em cidades do interior já é difícil, imagina fazer animação!), o desenho em si traz algumas mensagens curiosas, de forma bem sutil: afinal, o Tupinanquim em todos os aspectos representa meus ideais: ecológico, humanista e de valorização das culturas nativas! Leitor e espectador percebem, tanto nos quadrinhos como nessa animação, a presença de cenários com muitas árvores, rios; as araucárias, aliás, estão sempre presentes na minha obra, inclusive nos quadros. Em relação ao desenho, um espectador mais atento morador de Ponta Grossa, minha cidade natal, poderá perceber algumas características curiosas na cidade de Itaquessaba que aparece ao longe: reparem na catedral bem no centro: ela é inspirada na nossa antiga catedral de Sant’Anna, homenagem infelizmente póstuma, mas bela e colorida, ao nosso patrimônio histórico perdido. Itaquessaba, é, de certa forma, uma versão idílica de Ponta Grossa; mas assume também características de tantas outras cidade médias do interior do Brasil e, é claro, de outros tantos lugares existentes apenas dentro da própria ficção! Há outros aspectos que poderia citar sobre o desenho, mas o mais importante deles é a esperança representada no curumim que aguarda pra ver o cometa, que espera e acredita no seu grande momento, e não desiste nem debaixo da maior chuva. No mais, assistam e … divirtam-se!

Clique aqui para ver o filme no tamanho original, e lembre-se de assistir a animação com som; afinal, as cenas são embaladas por belíssimas trilhas do cinema de ficção científica! Para ler outro artigo com mais informações, incluindo detalhes técnicos sobre a produção do desenho e ver o cartaz oficial, clique aqui.

O filme é dedicado ao meu filho mais jovem Yves, e também à memória do meu tio Ludovico Eduardo Artmann.


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