11.6.14

frio em quadrinhos



Olá! Faz bastante frio aqui no Sul, depois de fortes chuvas que até causaram estragos em muitas cidades; a cidade do Tupi, Itaquessaba, não teve consequências tão violentas com os temporais, mas também não escapou inteiramente ilesa e essa história será contada em breve. Por hora, aproveito a oportunidade pra voltar a falar desse gibi, o Tupinanquim número 0, que teve o frio como tema de capa e de duas HQs. Sobre a edição original, de 1998, você pode ler mais nesse post: Tupinanquim: gibi número 0. A capa que vemos aqui, porém, tem uma nova colorização e foi utilizada, impressa, numa reedição do gibi em agosto do ano passado, encomendada pela Escola Desafio de Ponta Grossa.  Faremos em breve uma nova tiragem, praticamente simbólica, pra preludiar o Tupinanquim número 1, que estamos viabilizando publicar em setembro. Se o projeto do gibi sair pelo Catarse, o Tupi n° 0 irá como recompensa aos apoiadores, com o novo gibi... Mas estou estudando possibilidades, logo publicarei mais informações.


Mas voltando a falar desse clima... época de pinhão, fogão a lenha (e achocolatado quente, como disse o Tupi), de usar tôca e duplas calças! Há uma semana, aqui na minha cidade real, Ponta Grossa, já tivemos a primeira geada, e a paisagem era parecida com esse primeiro quadrinho da HQ! Ainda contaremos muitas histórias relacionadas ao clima, e também aos problemas como o aquecimento global e os
fenômenos climáticos extremos que já sentimos na pele desde o final do século passado, até porque há uma importante relação entre o meio ambiente e essas mudanças climáticas... e preservação ambiental é preocupação constante da família do curumim urbano!

Preciso explicar que Itaquessaba, a cidade onde vive nosso jovem herói, ainda não tá no mapa, mas pelo que ententendi (só não confie demais no meu senso de localização) ela fica um pouco mais ao norte, talvez no norte pioneiro do Paraná, mas ainda nos campos gerais, quase perto da divisa com o estado de São Paulo mas também pertinho do primeiro planalto com a sua mata atlântica, em área de formações de arenito mas pertinho das cavernas de calcário e das montanhas de granito da serra do mar! Entendeu, localizou?! Enfim, é uma cidade que se parece com muitas cidades do "interior Brasil afora", porém durante o inverno, meteoro-logica-mente falando, se parece mais com cidades do sul ou de áreas serranas do sudeste.

Todo ano achamos que o frio tá maior, que veio mais cedo ou intenso, talvez porque vamos nos acostumando com verões ligeiramente mais quentes, talvez porque reclamar faz parte da NOSSA natureza. O que eu observo aqui na minha terra, Ponta Grossa, é que até metade dos anos 90 havia geada todos os anos, mas desde o finalzinho do século isso deixou de ser regra: em alguns anos nem houve geada, em outros ocorreram geadas intensas e destruidoras ou até neve, quase nevasca, como aconteceu no ano passado aqui pertinho, em Guarapuava. Em Ponta Grossa nevou em alguns bairros, mas na minha casa foi mais parecido com essa história do Tupinanquim, quando cai um único floco! Já publicamos aqui na internet a hq completa, mas observe que cada página é uma postagem do blog, portanto você deve lê-las de baixo para cima, neste link: HQ Meu primeiro floco de neve.
Acima, página de hq feita em 1998 e que também faz parte daquela edição, exceto pelas cores e pequenas modificações no texto. Essa versão menciona um Brasil já pentacampeão, portanto pós 2002. O contexto, sobre a miséria e a fome, mudou um pouco, mas ainda há um looongo caminho, e muito curumim, urbano e do mato, com frio pra aquecer!

Além disso, temos muitos problemas sociais, relacionados direta ou indiretamente ao clima: um exemplo triste disso é o que aconteceu há poucos dias em Santa Catarina e no sul do Paraná; ironicamente, na grande São Paulo o abastecimento de água é escasso, e recentemente o governo do estado atribuiu isso à maior seca dos últimos 84 anos, ou pior, dos últimos 3378 anos, ambas as declarações exageradas, já contestadas por especialistas (leia matéria com informações técnicas aqui: http://www.revistaforum.com.br/digital/147/o-colapso-da-agua-em-sao-paulo/); a escassez de chuvas, claro, existiu nesse primeiro semestre, mas conhecemos a história: quando chove um pouco mais a cidade fica caótica, com as ruas alagadas.

A culpa não é do clima, não da natureza, mas do crescimento extremo e desordenado das cidades, da falta de planejamento e de investimentos em estrutura, e quando há esses fenômenos extremos do clima como mencionei, em geral a causa é mesmo o desmatamento, o acúmulo de gás carbônico e outras agressões que cometemos contra a natureza e que se tornaram exageradas nas últimas décadas devido ao aumento da população e ao consumismo do descartável. Mas esse texto tá ficando longo demais, fico feliz se você chegou até aqui! Amanhã começa a copa: vamos torcer por um Brasil melhor, que possa driblar esses problemas com talento, dedicação, seriedade, humanidade, que marque mais presença na área da justiça social (sim, ainda falta muito nesse ataque que só começou a melhorar nesses últimos anos) e faça gols pela saúde, pelo meio ambiente e desenvolvimento sustentável, pela educação, derrotando a seleção dos que desejam lucrar cometendo faltas gravíssimas contra o bom-senso. Em breve, quadrinhos inéditos da turma do Tupi com estes temas, já em produção. Tá bom... e vamos torcer pela seleção de futebol também: aqui no Sul, curtindo o charme do frio, mas sem esquecer da dor de muitas famílias que perderam muito por causa dos temporais desses dias atrás... que precisam de agasalhos, alimento, acolhida...  Boa sorte ao país do sol e do futebol, e que o calor humano seja a lembrança que deixaremos nesse evento, entre nós e os irmãos que vem nos visitar, de todas as partes desse planeta que, afinal, é mesmo uma bela bola que rola no campo, digo... no cosmo!

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